Deixe-me agora fazer duas observações genéricas. Primeiro, a filosofia e a religião lidam com as mesmas questões básicas. Os cristãos, especialmente os cristãos evangélicos, tendem a esquecer-se disso. A filosofia e a religião não tratam de questões diferentes, embora dêem explicações diferentes e usem terminologia diferenciada. As questões básicas, tanto da filosofia quanto da religião (e estou me referindo à religião no sentido lato, incluindo o Cristianismo), são as questões do Ser (isto é, do que existe), do homem e seu dilema (da moral), da epistemologia (de como o homem adquire conhecimento). A filosofia lida com estes pontos, mas o mesmo acontece com a religião, incluindo o “Cristianismo evangélico ortodoxo”.
A segunda observação genérica refere-se aos dois sentidos da palavra filosofia, que precisam manter-se completamente separados, se quisermos evitar confusões. O primeiro sentido é o da disciplina, um tópico do currículo acadêmico. Essa é a idéia que geralmente associamos à filosofia: um estudo altamente técnico que poucas pessoas são capazes de acompanhar. Neste sentido, poucos são filósofos. Mas há um segundo sentido que não devemos esquecer, se quisermos entender o problema da pregação do evangelho no mundo do século 20. Pois a filosofia também significa a visão de mundo de alguém.
Neste sentido, todos somos filósofos, pois todos temos uma visão de mundo. Isso vale tanto para o homem cavando uma vala quanto para o filósofo na universidade.
Os cristãos têm tendido a desprezar o conceito de filosofia. Esta tem sido uma das fraquezas do Cristianismo evangélico ortodoxo – temos nos vangloriado em nosso
desprezo à filosofia e nos orgulhado excessivamente da condenação de tudo quanto diz respeito ao intelecto. Nossos seminários teológicos dificilmente fazem qualquer relação entre a sua teologia e a filosofia, principalmente no que diz respeito à filosofia contemporânea. Assim, os estudantes formam-se nos seminários teológicos sem a mínima noção de como relacionar o Cristianismo às visões de mundo a seu redor. Não que eles não saibam respostas. Pelo que tenho observado, a maioria dos estudantes que se tornam bacharéis em seminários teológicos desconhecem as perguntas. Na verdade, a filosofia é universal no seu escopo. Nenhum ser humano é capaz de viver sem uma visão de mundo; por isso, não há ser humano que não seja um filósofo.
Fonte: O Deus que se Revela, Francis Schaeffer,
Editora Cultura Cristã, p. 41-42.
Os cristãos têm tendido a desprezar o conceito de filosofia. Esta tem sido uma das fraquezas do Cristianismo evangélico ortodoxo – temos nos vangloriado em nosso
desprezo à filosofia e nos orgulhado excessivamente da condenação de tudo quanto diz respeito ao intelecto. Nossos seminários teológicos dificilmente fazem qualquer relação entre a sua teologia e a filosofia, principalmente no que diz respeito à filosofia contemporânea. Assim, os estudantes formam-se nos seminários teológicos sem a mínima noção de como relacionar o Cristianismo às visões de mundo a seu redor. Não que eles não saibam respostas. Pelo que tenho observado, a maioria dos estudantes que se tornam bacharéis em seminários teológicos desconhecem as perguntas. Na verdade, a filosofia é universal no seu escopo. Nenhum ser humano é capaz de viver sem uma visão de mundo; por isso, não há ser humano que não seja um filósofo.
Fonte: O Deus que se Revela, Francis Schaeffer,
Editora Cultura Cristã, p. 41-42.
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott